John
Broadus Watson (1878 - 1958)
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Hoje em dia, sabe-se que o que cada um de nós é, como ser
humano único e individual, depende de fatores biológicos mas também de
históricos e culturais. No entanto, nem sempre foi assim.
Acreditava-se maioritariamente, até ao início do séc. XX,
que a genética por si só definia inexoravelmente a nossa personalidade e os
nossos comportamentos. Foi John Watson, psicólogo norte-americano e fundador do
“behaviorismo”, que se veio opor a estas teorias eugenistas, afirmando que são
as experiências de vida que têm este papel determinista e que a educação de
cada um e o ambiente onde cresce e vive é um fator muito mais poderoso do que o
nosso próprio património genético. Defendendo que somos moldados pelo meio que
nos rodeia, Watson realizou uma experiência com um bebé de 11 meses conhecida como “Little Albert”.
Na 1ª fase expôs a criança a um coelho branco, um rato
branco, um macaco, máscaras com e sem pêlo, novelos de algodão, um jornal em
fogo e a muitas outras situações às quais o bebé não reagia com medo nem demonstrava
ansiedade, brincando até com alguns dos animais.
Numa 2ª fase da experiência, sempre que Albert tocava no
rato branco ouvia um barulho alto e ameaçador que, de tão violento, punha o
bebé a chorar e com medo de todas as vezes que o ouvia. Após este processo se
repetir muitas vezes, cada vez que via o rato, mesmo sem Watson fazer o
barulho, Albert chorava e ficava ansioso. Consequentemente, quando via o coelho
branco ou uma máscara com barba branca a criança tinha a mesma reação. Ou seja,
ganhou medo a qualquer coisa felpuda e branca, devido às experiências a que foi
sujeito.
UCS - Unconditional Stimulus; UCR - Unconditional Response; CS - Conditional Stimulus; CR - Conditional Response; NS - Neutral Stimulus |
Esta experiência é semelhante à de Pavlov que, sabendo que
os cães salivam naturalmente quando veem comida, associou este estímulo
incondicionado com a apresentação de um estímulo neutro (som da campainha). Também
aqui, num método análogo, Watson fez com que Albert que anteriormente não temia
ratos brancos, passasse a ter medo destes, demonstrando que o medo é
condicionado e não inato, atribuindo grande importância à nossa educação e aos traumas a que somos sujeitos ao longo da vida.
Cristina Campos, nº5, 12ºA
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