As emoções são o primeiro modo de comunicação e de relação do bebé com o mundo que o rodeia. As manifestações emocionais do bebé são vitais, porque correspondem a sinais que visam mobilizar os adultos no sentido de lhe proporcionarem o que é necessário.
É através das emoções que comunica com a mãe, ou com outro cuidador, elaborando um sistema de troca através de gestos, mímicas e expressões faciais (choro, grito, sorriso), que posteriormente é interpretado pelo adulto.
Mas na verdade o que é a emoção?
• A emoção e uma experiência subjectiva que pode ser acompanhada por reacções orgânicas (modificando o ritmo cardíacos, respiratório, tensão muscular, etc);
• A emoção é uma reacção de grande intensidade, mas de curta duração provocada por situações novas ou inesperadas;
• Na emoção existe forte influência dos instintos;
• As emoções reflectem-se em alterações corporais através de gestos, movimentos, expressões faciais, aceleração do ritmo cardíaco, etc;
• As emoções caracterizam-se pela sua polaridade: são positivas ou negativas. A qualidade positiva ou negativa da emoção vária de intensidade. (muito ou pouco);
• As emoções são dirigidas para o exterior;
• Através das emoções reconhecemos o elemento que as desencadeou.
- Teorias sobre as Emoções:
Segundo alguns autores as emoções depende de dois factores:
a) A natureza da situação que desencadeia a reacção emocional;
b) A natureza do sujeito.
Porém qual destes factores é o mais determinante?
A Teoria Fisiológica ou Periférica fundamente que o factor determinante é a alínea a), enquanto que a Teoria Cognitivista afirma que o factor determinante é a alínea b).
1) Teoria Fisiológica (William James): William James (1842-1910) defendeu que as mudanças fisiológicas precedem a experiência e as condutas emocionais, isto é, a percepção da situação vai desencadear uma dada reacção orgânica imediata que origina uma emoção. É após a tomada de consciência das mudanças fisiológicas que estão ocorrer que proporciona uma emoção positiva ou negativa.
Exemplo: Não nos sentimos tristes e depois choramos, mas choramos primeiro e depois sentimo-nos tristes.
Não tememos primeiro e depois trememos, mas trememos e a seguir tememos.
Eu não fujo porque tenho medo, eu tenho medo porque fujo. E o tomar consciência das pernas a tremer, do coração a bater e da respiração ofegante que me faz sentir medo.
Existe uma relação entre o corpo e a mente, que se influenciariam mutuamente.
O corpo através das manifestações fisiológicas e a mente o tornar consciente.
- Ainda de acordo com esta teoria, seria deste modo possível anular ou gerar emoções agindo sobre as reacções orgânicas.
Exemplo:Se estou a ficar colérico (violento), posso fazer desaparecer esta emoção relaxando os braços, os punhos, a face, descontraindo o corpo, falando tranquilamente, etc.
2) Teoria de Cannon-Bard: Procura ultrapassar as dificuldades da teoria anterior. Afirma que tanto a activação fisiológica como a emocional é simultaneamente produzida pelo mesmo impulso nervoso, activado pelo hipotálamo e o sistema límbico.
3) Teoria Cognitivista: A emoção depende da percepção que o sujeito tem de uma dada situação. A representação segue-se a emoção que provoca por sua vez uma dada reacção orgânica. Perante uma dada situação, o sujeito reage de acordo com a sua personalidade, a sua conduta habitual e o seu modo próprio de ver as coisas.
É o modo como eu encaro uma situação, como a interpreto, que causa a emoção, e não a situação ou o acontecimento propriamente dito. Exemplos que explicitam melhor esta Teoria.
Exemplo: Zango me com uma pessoa, porque interpreto o seu comportamento como ofensivo. Não e o comportamento da pessoa em si que provoca a minha raiva, mas o facto de eu o interpretar como tal.
• O modo como eu avalio uma situação, acontecimento, comportamento é que vai desencadear uma emoção negativa ou positiva. Como considero aquilo ofensivo vou obter raiva, se pelo contrário eu não o tivesse interpretado desse modo, provavelmente não lhe iria atribuir qualquer significado. É relevante salientar, que esta avaliação depende da nossa história pessoal, e do nosso contexto de vida.
- Para além deste facto, alguns autores acham um elemento essencial das nossas emoções, que é a preparação do indivíduo para reagir.
Exemplo: Uma pessoa preparada para encarar a dor sente uma dor subjectiva menor do que o indivíduo que procura evitá-la.
- Também de acordo com esta teoria, a emoção depende, por exemplo, da ligação que temos com as coisas.
Exemplo: Se comunicamos a alguém uma noticia desagradável sobre uma pessoa que lhe é querida, a noticia certamente que o emociona. Mas se a pessoa lhe for totalmente desconhecida, certamente que a noticia o deixa indiferente.
4) Teoria Culturalista: As emoções são aprendidas no processo de socialização. Cada cultura tem as suas próprias respostas emocionais aos vários acontecimentos ou situações.
Exemplo : Em algumas culturas, não se admite que os homens chorem, enquanto noutras a expressão das emoções pelo choro e valorizada.
Independentemente do sexo, modo como se chora, quem pode chorar, onde se chora, varia de cultura para cultura. Em certas culturas, aceita-se como natural que os homens se cumprimentem com um abraço ou um beijos, noutras, este comportamento e considerado inaceitável.
- A Razão e a Emoção:
António Damásio considera que a selecção das melhores opções não é necessariamente produzidas através do raciocínio.
Durante muito tempo, considerou-se que, para se tomar uma decisão, a melhor decisão, as emoções teriam de ficar de fora porque só poderiam prejudicar a escolha da melhor opção, no entanto e de notar que Damásio não advoga que a emoção substitua a razão. Reconhece até que, em muitas circunstâncias, somos perturbados por fortes emoções, somos levados a fazer opções erradas.
Na tomada de decisões a razão e a emoção devem ser simultaneamente a base das nossas decisões.
Cátia Magalhães 12ºA
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