quinta-feira, 19 de março de 2015

Psicologia Clínica

                

A psicologia clínica é uma área da psicologia aplicada e tem como objectivo a prevenção, diagnostico e tratamento de pessoas que apresentam desequilíbrios mentais. Como estes são prejudicais a saúde mental e física então estes devem ser tratadas pelo um psicólogo clínico.
Como os homens são todos diferentes, então o tratamento dos desequilíbrios mentais também vai ser diferente de homem para homem sendo que não existes nenhum método específico para cura de algum distúrbio menta. Como por exemplo o tratamento da depressão pode ser diferente de paciente para paciente pois a sua origem nunca é igual entre os pacientes.
Como todas as áreas de psicologia, a psicologia clínica também apresenta varias áreas de intervenção que um psicólogo clínico deve ter em conta. Este deve compreender e apoiar o indivíduo no processo de lidar e de se ajustar a situações adversas, apoiar a pessoa na elaboração de estratégias para fazer face à situação de crise, que se pode centra no problema ou tornar a situação mais suportável, apoiar a pessoa na elaboração de estratégias para fazer face à situação de crise, que se pode centra no problema ou tornar a situação mais suportável, também deve desenvolver actividades de diagnóstico e de intervenção terapêutica em centros que prestem apoia a situações de risco, intervir em situações em que outros técnicos de saúde considerem poder existir indícios de perturbações de carácter psicológico e organizar programas de reabilitação especificamente dirigidos a pessoas que sofrem de doenças cronicas ou que, devido doenças cronicas
Como a área de intervenção do psicólogo clínico é muito ampla, justificando-se a sua presença nos centros de saúde, clínicas privadas, estabelecimentos prisionais, escolas, hospitais, instituições de assistência social e centro de reeducação.






Tiago André Araújo Monteiro 12ºb nº28

Complexo de Édipo

O complexo de Édipo foi descoberto pelo psicanalista austríaco Sigmund Freud, numa das fases do desenvolvimento psicossexual. Estou a referir-me á fase fálica que acontece nos 3 anos de idade onde se forma a identidade masculina. É o início da excitação sexual, quando a criança centra o seu prazer na estimulação das zonas genitais do seu corpo, no caso masculino o pénis e no feminino a vagina. Ele pensa que todas as crianças sofriam um conflito interior, o desejo de possuir o elemento do sexo oposto e também a vontade de exterminar o seu "inimigo" do mesmo sexo, por quem nutre sentimentos de amor e o de ódio. 
No caso de um filho do sexo masculino, a relação do rapaz com a mãe aprofunda-se cada vez mais, mas o menino vai-se apercebendo que tem um oponente, o seu pai. 
Na mente da criança, o pai é quem fica com a mãe e é quem o separa de ter a mãe como quer. Assim, o rapaz investe muito na sua relação com a mãe, tendo sentimentos de raiva e carinho em relação ao pai. 
A criança imagina a morte do pai , pensa que este também lhe deseja o mesmo. Isto faz com que a criança fique com medo de ser castrado pelo pai (complexo de castração). 
Este complexo na criança vai terminar com a interiorização das imagens paternais idealizadas. 
A ansiedade de castração, o amor e medo pelo pai e o amor e desejo sexual pela mãe não podem ser resolvidos, a criança inicia o processo de identificação com o seu pai, ele torna-se o seu idolo. Assim, é o medo da castração que leva o rapaz a resolver o seu dilema, ou seja, o complexo de Édipo resolve-se pela frustração, isto é, pela frustração de saber que não vai ter a mãe porque ela é do pai.



José Faria 12-A

Divisão do Inconsciente - Sigmund Freud

-Freud procurou uma explicação à forma de operar do inconsciente, propondo uma estrutura particular. No primeiro tópico recorre à imagem do "iceberg" em que o consciente corresponde à parte clara, e o inconsciente corresponde à parte não visível, ou seja, a parte submersa do "iceberg". De sua teoria ele estava preocupado em estudar o que levava à formação dos sintomas psicossomáticos (principalmente a histeria, por isso apenas os conceitos de inconsciente, pré-consciente e consciente eram suficientes). Quando sua preocupação se virou para a forma como se dava o processo da repressão, passou a adotar os conceitos de id, ego e superego.


  • O id representa os processos primitivos do pensamento e constitui, segundo Freud, o reservatório das pulsões, dessa forma toda energia envolvida na atividade humana seria advinda do Id. Inicialmente, considerou que todas essas pulsões seriam ou de origem sexual, ou que atuariam no sentido de auto-preservação. Posteriormente, introduziu o conceito das pulsões de morte, que atuariam no sentido contrário ao das pulsões de agregação e preservação da vida. O Id é responsável pelas demandas mais primitivas e perversas.
  • O Ego, permanece entre ambos, alternando nossas necessidades primitivas e nossas crenças éticas e morais. É a instância na que se inclui a consciência. Um eu saudável proporciona a habilidade para adaptar-se à realidade e interagir com o mundo exterior de uma maneira que seja cômoda para o id e o superego.
  • O Superego, a parte que contra-age ao id, representa os pensamentos morais e éticos internalizados.


    Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três partes da mente. Argumentou que essa relação é influenciada por fatores ou energias inatas, que chamou de pulsões. Descreveu duas pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e Tânato, a pulsão da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingeri-lo, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação.
    Hugo Gonçalves Nº13 12ºB
















  • O id representa os processos primitivos do pensamento e constitui, segundo Freud, o reservatório das pulsões, dessa forma toda energia envolvida na atividade humana seria advinda do Id. Inicialmente, considerou que todas essas pulsões seriam ou de origem sexual, ou que atuariam no sentido de auto-preservação. Posteriormente, introduziu o conceito das pulsões de morte, que atuariam no sentido contrário ao das pulsões de agregação e preservação da vida. O Id é responsável pelas demandas mais primitivas e perversas.
  • O Ego, permanece entre ambos, alternando nossas necessidades primitivas e nossas crenças éticas e morais. É a instância na que se inclui a consciência. Um eu saudável proporciona a habilidade para adaptar-se à realidade e interagir com o mundo exterior de uma maneira que seja cômoda para o id e o superego.
  • O Superego, a parte que contra-age ao id, representa os pensamentos morais e éticos internalizados.


    Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três partes da mente. Argumentou que essa relação é influenciada por fatores ou energias inatas, que chamou de pulsões. Descreveu duas pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e Tânato, a pulsão da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário que se destrua o alimento antes de ingeri-lo, e aí está presente um elemento agressivo, de segregação.
    Hugo Gonçalves Nº13 12ºB













Escola e a ansiedade na adolescência

A escola comporta hoje em dia uma responsabilidade extrema para os adolescentes, sobretudo para aqueles que pretendem ingressar nos cursos superiores mais desejados. A competitividade instalou-se de forma determinante, fazendo parte da vida dos nossos jovens cada vez mais cedo no seu percurso escolar. A busca por notas e médias elevadíssimas leva-os, muitas vezes, a horas intermináveis de estudo e a um desgaste imenso, podendo surgir dores de cabeça, dificuldades em dormir, dificuldades de concentração, etc.

Assim, não é raro que estes jovens sintam níveis intensos de ansiedade, sobretudo em momentos de avaliação, que prejudicam o estudo. Surgem pensamentos negativos que impedem o seu melhor desempenho e que, provocando um rendimento mais baixo, tornam o/a estudante mais nervoso. Sentindo-se esgotado e incapaz, deprime. Forma-se, assim, um ciclo vicioso negativo que é difícil de inverter.

De facto, muitas das situações de insucesso escolar acabam por estar mais relacionadas com problemas de ansiedade perante as avaliações do que associadas a dificuldades de aprendizagem. Nestes casos, o/a jovem assimilou os conteúdos, estudou adequadamente, mas não consegue uma boa realização do teste ou do exame, porque “bloqueia” ou “tem brancas”. Estas manifestações são típicas da ansiedade e deixam os/as estudantes frustrados, pois não conseguem demonstrar o que sabem, acabando, tantas vezes, por ser prejudicados nas avaliações atribuídas no final do período ou do ano escolar.

Assim, é da maior importância que professores e pais estejam atentos a estes alunos e aos sinais que apresentam (dores de barriga, dores de cabeça, falta de apetite, vómitos ou enjoos, etc). Uma intervenção especializada pode ajudá-los/as a ultrapassar a ansiedade e a atingir novos níveis de desempenho, contribuindo posteriormente para um aumento da autoconfiança e da autoestima. Desta forma, inverte-se o tal ciclo negativo e permite-se aos/às jovens ter uma vivência escolar mais saudável e feliz.


Diogo Lemos 12ºB
O que tem a Psicologia a dizer sobre a homossexualidade?






     Este assunto pode possuir várias abordagens, mas através da minha própria síntese geral e de outras sínteses anteriormente feitas por nomes conceituados na área da Psicologia, pretendo chegar a uma posição face à homossexualidade. Essa síntese será objetiva e justificada sem recorrer a livros culturais cuja interpretação muda conforme o interesse da sociedade. 

   Este texto é motivado pelo discussão corrente a respeito da homossexualidade, criado principalmente pelos conflitos ideológicos entre participantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgénero) e algumas lideranças conservadoras e/ou religiosas. Nestes conflitos, muito foi dito sobre o tema e a Psicologia foi muito mencionada por ambos os lados.







    Embora grande parte da comunidade científica rejeite a ideia, muitas pessoas (inclusive cientistas) parecem acreditar que a homossexualidade é determinada geneticamente. A crença de que a homossexualidade é inata, ou seja, que alguém já nasce homossexual, existe e foi difundida, em parte, pela má divulgação científica.   

    Há muitos pelos quais a crença está incorreta, basta citar os dados de pesquisas que nos dizem que mais de metade dos gémeos monozigóticos de homossexuais são heterossexuais. Isso quer dizer que, pessoas com exatamente a mesma carga genética frequentemente têm orientações sexuais diferentes. Não importa se este número é, 68%, 50% ou sequer se fosse apenas 10%; qualquer número que não seja igual ou muito próximo a 0% de discordância é evidência suficiente de que a homossexualidade não é determinada pelos genes. Logo, a sexualidade não está implícita nos genes.






   Como Freud apontou, se nos vamos questionar sobre as causas da homossexualidade, é igualmente pertinente que nos questionemos sobre quais são as causas da heterossexualidade, já que o "interesse sexual exclusivo do homem pela mulher é também um problema que exige esclarecimento, e não uma evidência indiscutível que se possa atribuir a uma atração de base química". (Freud, 1905/1969).

   O argumento de que a homossexualidade não é natural porque não leva à reprodução, não apenas ignora um grande número de comportamentos sexuais que também não levam à reprodução (sexo com métodos contracetivos, sexo em períodos inférteis, masturbação, etc.) como pressupõe que o instinto sexual tem como objetivo a reprodução. Dizer que o instinto sexual tem um objetivo já é certamente incorreto (incoerente com a seleção natural), mas, mesmo se tivesse, este não seria a reprodução, mas apenas a sua satisfação.




   Homofóbicos por completa estupidez e homofóbicos por religiosidade (que mesmo assim não deixam de ter a sua parte de estupidez estatelada nos seus julgamentos) acham que a homossexualidade deve ser tratada, afirmando que o pai da psicanálise tratou a homossexualidade de uma mulher, transformando-a em heterossexual no final da análise. Referem-se, certamente, ao trabalho de Freud intitulado de "A psicogénese de um caso de homossexualismo numa mulher" e não poderiam estar mais equivocados. A jovem foi analisada  por vontade dos pais, que disseram que ela tinha certos pensamentos homossexuais. Freud, por mais de uma vez, afirmou que “a homossexualidade, em si mesma, não constitui condição de análise”, mas que a jovem, que nunca anteriormente havia tido um interesse homossexual, viu-se obcecada por outra mulher, visto que:

  “Nem as proibições nem a vigilância impediam a jovem de aproveitar todas as oportunidades de se encontrar com a amada, de observar todas as suas ações, de esperar por ela durante horas, de lhe mandar presentes, e assim por diante. Era evidente que esse único interesse se colocou acima de todos os outros na mente da jovem. Não se preocupava  com os estudos, não se interessava por funções sociais e mantinha relações apenas com algumas amigas que a podiam auxiliar na questão ou servir-lhe de confidentes”. 
(Freud, 1920).

   Neste caso existe uma razão clara para a psicoterapia: a obsessão da jovem que a tem atrapalhado em todas as restantes áreas da sua vida; e não a sua homossexualidade. Com o decorrer da análise,  os pensamentos obsessivos a respeito da moça desapareceram e, consequentemente, a “homossexualidade” também.





   Para Freud a homossexualidade é tão natural como a heterossexualidade. Em 1935, ele escreve uma carta endereçada a uma mãe norte-americana que lhe solicitou ajuda em relação às condutas e comportamentos que ela considerava anormais por parte de seu filho. Freud respondeu:

   “Eu creio compreender, após ler a sua carta, que o seu filho é homossexual. Fiquei muito surpreso pelo facto de a senhora não ter mencionado esse termo nas informações que me deu sobre ele. Posso eu vos perguntar por que evitou esta palavra? A homossexualidade não é evidentemente uma vantagem, mas não há nada do que sentir vergonha. Ela não é nem um vício, nem uma desonra e não poderíamos qualificá-la de doença. (...) Muitos indivíduos altamente respeitáveis, nos tempos antigos e modernos, foram homossexuais (Platão, Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci, etc). É uma grande injustiça perseguir a homossexualidade como crime e também uma crueldade”. (Freud, 1935/1967).






  Como dito, para a Psicologia não nascemos com uma orientação sexual e a homossexualidade é tão natural quanto a heterossexualidade e quaisquer outras orientações sexuais, e também tão natural quanto ser destro ou canhoto. Assim como qual a mão que se tem como a mão hábil, a homossexualidade não é apenas inata ou “apenas comportamento”, nem tampouco uma escolha. Na área da psicologia poucas coisas são inatas e “apenas comportamento”.

   O organismo nasce com uma carga genética que determinará como ele responderá a determinados estímulos. Parte dos genes apenas será “ativada” ao longo da vida deste organismo, alguns podendo até nunca se manifestarem, por precisarem de um estímulo específico para que isso ocorra. A partir do momento em que nasce e até mesmo antes de o fazer, o organismo passa a modificar o mundo e a ser modificado por este.




   As nossas ações, pensamentos e sentimentos são, portanto, resultado da contínua interação entre o nosso organismo e as coisas que lhe acontecem.  Quando se trata dos nossos comportamentos, não somos nem biologicamente determinados nem psicologicamente determinados, mas frutos da relação de ambos. Posso aprender a distinguir diversos sons (como aprender as notas musicais) que eu não distinguiria só por ter nascido, mas jamais conseguirei ouvir frequências de sons que meu ouvido não é capaz de captar. Posso, ao contrário da maioria das pessoas, ter genes que facilitam que eu seja mais habilidoso com a mão esquerda, mas ser destro se fui repreendido quando utilizei a mão esquerda para escrever, ou até nem conhecer esta minha facilidade com a mão esquerda porque nunca me foi dada essa possibilidade.


     As pesquisas que mostram o funcionamento cerebral de homossexuais masculinos como semelhante ao de heterossexuais femininas e o de homossexuais femininas como o de heterossexuais masculinos, no máximo observam como o cérebro se comporta quando alguém se sente atraído por homens ou mulheres. Não se trata de uma explicação da homossexualidade, mas de uma observação superficial do corpo humano observado. O mesmo se aplica ao estudo que indica que homossexuais masculinos são mais sensíveis a androsterona (um hormónio derivado da testosterona, que está ligado ao desenvolvimento e à manutenção de características masculinas).A não ser que essa diferença seja observada desde o nascimento, observar essa maior sensibilidade pode não ser diferente de observar uma maior sensibilidade ao cheiro da coca-cola por parte de grandes apreciadores da bebida, ou maior capacidade de perceber contraste de cores por parte de críticos de arte. Estes e muitos outros podem ser explicados por um processo chamado condicionamento operante e os indivíduos não nascem desta forma, mas passam, devido a coisas que lhes acontecem, a funcionar desta forma.



     Constatarem que, desde o nascimento, indivíduos que viriam a tornarem-se homossexuais eram mais sensíveis a androsterona, ainda assim não implicaria em inatismo da homossexualidade; apenas em inatismo da maior sensibilidade a androsterona. É possível e até bastante provável que muitos homossexuais partilhem esta e/ou outras características inatas (consequentemente, genes ligados a estas características), e que estas mesmas características apareçam com uma frequência bem menor em heterossexuais. Isso indica que os indivíduos com estas características têm maior probabilidade de, na sua interação com o seu meio ao longo de sua vida, tornarem-se homossexuais. Da mesma forma que indivíduos com outras características, nem melhores nem piores, têm maior probabilidade de, na sua interação com o meio ao longo de sua vida, tornarem-se heterossexuais. E idem para qualquer orientação sexual.

     Quando falo em probabilidade é principalmente porque, assim como no exemplo dos canhotos que dei anteriormente, alguém pode ter as características inatas que foram observadas em vários homossexuais e ainda assim não ser homossexual. Por motivos diversos: pode ter nascido em um meio tão repressor que puna qualquer contacto homoafetivo, suprimindo este comportamento; pode também sentir atração pelo sexo oposto, ter se envolvido com uma pessoa do sexo oposto e seguir princípios monogámicos; pode ter tido experiências muito traumáticas com pessoas do mesmo sexo e passar a sentir repulsa por estas; etc. E, pelo mesmo princípio, pessoas sem estas características inatas podem vir a se orientarem como homossexuais se, por exemplo, tiverem experiências muito prazerosas que estão associadas a pessoas do mesmo sexo; se, mesmo podendo sentir atração por ambos os sexos, estiver em uma relação monogámica com alguém do mesmo sexo, ou, por motivos diversos (que não fatores biológicos), sempre ter tido relacionamentos homossexuais; se tiver experiências traumáticas com o sexo oposto e frequentar um meio que incentiva e recompensa relações homossexuais; etc.




Tudo indica que sim, é possível mudar a sexualidade de alguém.




     Mas isso porque, como estou a tentar explicar, a orientação sexual é algo mais complexo do que características inatas ou uma “escolha”. Dizemos que alguém tem determinada orientação sexual visto a forma de como ele se comporta e, principalmente, como ele se vê. Se alguém diz que não é mais homossexual porque não mais tem relações com pessoas do mesmo sexo e não se considera mais homossexual (por vezes dizendo nem sentir mais atração por pessoas do mesmo sexo), então não há nada que nos legitime dizer que ele ainda é homossexual. E existem muitas pessoas que se dizem ex-gays.


     A meu ver, a principal questão a respeito das terapias de reorientação sexual não é se conseguem alterar a orientação sexual ou não, mas sim porque deveríamos fazer isso e se o deveríamos fazer.


     Estas não são questões científicas, mas morais e éticas. Há quem acredite que a ciência não pode arbitrar questões como estas, pois o papel da ciência seria descrever como as coisas são e não como elas deveriam ser. Este problema é conhecido na Filosofia como "A Guilhotina de Hume".


     A respeito do porquê, é relevante ressaltar, por exemplo, que quase todos os participantes das terapias de reorientação sexual são religiosos que justificam a sua reivindicação com base em doutrinas religiosas. Estas doutrinas geralmente referem-se à homossexualidade como “abominação”, “não natural” ou “doença”. Como já foi esclarecido, a Psicologia não determina a homossexualidade como uma abominação ou não natural, pelo contrário, traz evidências do exato oposto. Seria um contrassenso uma terapia com objetivo de tratar algo que, por si só, não tem justificação para ser tratado (a não ser a desaprovação moral de um grupo de pessoas).


     Por isso mesmo, alguns participantes dessa terapia tentam se convencer de que alguém pode sofrer com a sua sexualidade, como as próprias pessoas com convicções religiosas que condenam a homossexualidade, e querer, por vontade própria, se ver livre de seus desejos homossexuais. Este para mim é o argumento mais forte a favor das terapias de reorientação sexual. Mesmo assim, não é lá muito bom. Pois vejamos: pelas razões já expostas, temos fortes motivos para acreditar que sempre existirão pessoas homossexuais ou no mínimo com fortes desejos homossexuais; se a homossexualidade por si só não gera sofrimento, a principal causa do sofrimento com a condição homossexual é justamente a injustificada condenação da qual é alvo; ao legitimar a terapia de reorientação sexual, mesmo se aliviarmos o sofrimento do nosso paciente, estaríamos a contribuir para a manutenção das convicções que condenam injustificadamente a homossexualidade e, consequentemente, produzem grande sofrimento em tantos outros homossexuais que existem ou ainda existirão. Estaríamos a optar por consentir com aquilo que causa tanto sofrimento e a suprimir aquilo que é natural. Alimentaríamos o ciclo de sofrimento sendo que podemos contribuir para o seu fim.


Afinal, quais são as consequências desta terapia para o indivíduo?


    A maior pesquisa já feita sobre esta questão foi conduzida pela APA (American Psychological Association) e traz dados assustadores. Há muitos relatos de que indivíduos que passaram por terapias de reorientação sexual passaram a apresentar depressão, confusão mental, disfunções sexuais, automutilação, ansiedade, pensamentos suicidas, entre outros. Mesmo pesquisas conduzidas por adeptos da terapia de reorientação sexual admitem que em cerca de 50% dos casos há consequências desastrosas para o paciente.


   Mesmo quando é feita uma intervenção precoce, na infância, para tentar evitar a homossexualidade, as consequências são terríveis. O norte-americano Kirk Murphy, por exemplo, apresentava, quando criança, muitos comportamentos considerados afeminados. Aos cinco anos de idade, foi submetido a um tratamento que visava suprimir os comportamentos afeminados e estimular comportamentos considerados masculinos. O objetivo foi alcançado: a criança passou a comportar-se tal qual era esperado que um menino se comportasse e o caso foi publicado (e este artigo é uma referência para os defensores da terapia de reorientação sexual). Entretanto, Kirk tornou-se depressivo, ansioso, incapaz de ter qualquer tipo de envolvimento sexual e o intenso sofrimento conduziu a suicídio, aos 38 anos.




     Estes resultados não são inesperados. A Psicologia reconhece que a sexualidade tem um papel importante nas nossas ações e bem-estar. Anteriormente, fiz comparações entre a homossexualidade e o canhotismo, para ilustrar outros pontos; no entanto, suprimir a homossexualidade tem consequências de proporções muito maiores do que suprimir o canhotismo. O ex-canhoto pode ter maior dificuldade para conseguir ter a letra bonita ou em outras atividades que exijam coordenação motora precisa; em contrapartida o ex-gay será privado de algo que compõe grande parte do que ele é, em outras palavras, será privado de si mesmo. Será que se deve legitimar uma terapia que, além de tudo, tem boas chances de trazer mais malefícios ao paciente do que benefícios?



   Sintetizando o que foi apontado ao longo do texto, podemos entender que, para a Psicologia, a sexualidade humana é mais complexa do que possam imaginar. Ela tem bases biológicas, mas não existe orientação sexual sem interação com o ambiente: sem uma história de vida, o que engloba família, amigos, sociedade e tudo o mais que o rodeia. Freud não defendia a reorientação sexual, nem “tratava” a homossexualidade; muito pelo contrário. A homossexualidade não é mais “abominação” ou “não natural” do que a heterossexualidade. A homossexualidade, por si só, não produz sofrimento no indivíduo e a maior causa de sofrimento com relação à própria sexualidade entre homossexuais é justamente a condenação infundada que sofre em seu meio. É possível que as terapias de reorientação sexual consigam alterar a orientação sexual de alguém, mas há boas chances de que não sejam bem-sucedidas e produzam mais sofrimento do que alívio, com alta probabilidade de criarem graves danos psicológicos.

(Síntese)


João R. Abreu

terça-feira, 17 de março de 2015

Ser criança: um tempo de brincadeira, ou um tempo de responsabilidade?



                "A criança é o pai do Homem"
                
                Esta célebre frase de Sigmund Freud ( fundador da psicanálise) pode não fazer sentido para grande parte dos seus leitores, mas está cheia de significado e de valor.
                Como sabemos, a infância é uma das fases mais importante da vida de um ser humano, e é neste período de tempo que um jovem “decide” o Homem que irá um dia ser. O desenvolvimento de um indivíduo no período de tempo em que ele nasce e percorre toda a sua infância é muitas vezes o alvo de estudo de cientistas, que o caracterizam como o momento fulcral no desenvolvimento da pessoa. Desde a amamentação, até ao tipo de brinquedos que as crianças usam, tudo isto influênciar a personalidade do ser, e ocupam um papel importantíssimo na maneira como o adulto vai atuar, pensar...

                Esta frase proferida por este estudioso revela isto mesmo. Na minha opinião, Freud pretendia afirmar que é na fase de criança que se “fazem as escolhas” para o futuro, ou seja, é neste estádio que fica se decide a maneira do futuro ser. Tal como um pai faz as decisões da sua criança quando esta ainda não as pode fazer por si só, a criança, neste caso, também faz decisões (ainda que involuntárias) do seu futuro. São involuntárias pois nenhuma criança sabe que o faz, e são coisas como traumas, vivências( entre outros ) que condicionam o futuro indivíduo, sendo que estes traumas ficam incutidos no subconciente da criança e lá permanecem até que esta morra. E é a partir do subconsciente que se molda a personalidade do adulto, que depois age segundo estas “regras” impostas pelo seu subconciente sobre o qual ele não tem qualquer tipo de controlo e por vezes nem se apercebe disso.
                Não por Freud, mas sim por Piaget, esta importância desta fase da vida foi notada, e posteriormente estudada levando assim ao aparecimento dos estádios de desenvolvimento. Estes são separações feitas por Piaget que designam as várias fases da infância sendo capazes de destinguir as fases de aprendizagem na criança e o que é conseguido por esta nestas mesmas fases. Existem 5 estádios que devem ser notados:
o   Estádio oral( 0-18 meses )
o   Estádio anal( 18m-4 anos )
o   Estádio fálico( 4-6 anos )
o   Estádio de latência (6a – puberdade )
o   Estádio genital (após a puberdade)
São estas as diferentes etapas que todos nos passamos sem se quer darmos por isso, e é aqui que começam a existir os primeiros sinais de um indivíduo pensante, possuidor de instintos inatos (libido) e também de um ser social capaz de interagir com os outros de forma adequada na sua sociedade. A presença de instintos inatos (como o da sexualidade) vão ser aqui notados a criança começa assim a tentar satisfazê-los, mesmo que não saiba como. Primeiramente esta vira-se para o seu corpo e tenta entendê-lo, mas com o decorrer dos anos começa a perceber o que o rodeia e começa a pensar em outras pussybilidades.
Em suma, todo o ser é um ser complexo, e contrariamente ao que é pensado pelas pessoas o adulto não tem total capacidade de atuar da forma que quer, e de pensar da forma que pretende, pois por vezes esta capacidade foi ofuscada por causa de eventos acontecidos no seu passado.

                                                                                                      Pedro Lopes nº25 12ºB