terça-feira, 17 de março de 2015

O Homem e a Sua Verdadeira Liberdade

O Homem e a Sua Verdadeira Liberdade



   Todos os Homens têm actos involuntários, tais como: respirar, fazer a digestão e crescer; que são essenciais e inconscientes e onde a vontade do sujeito não intervém. Em sentido contrário, as ações do homem são voluntárias ou seja, podemos escolher o que queremos e o que não queremos fazer. Beneficiamos desse poder de escolha mas, uma vez que somos racionais, nem tudo é assim tão simples... O Homem, durante o seu desenvolvimento, é sujeito desde sempre a factores sociais que o determinam a agir de certa maneira. Aprendemos a distinguir o certo do errado, aprendemos as regras de comportamento e, assim, vamos adquirindo os valores pelos quais nos devemos reger.

   Com tudo isto tornamo-nos conscientes das nossas ações e por isso ponderamos e só depois executamos. Temos na nossa cabeça uma espécie de balança onde pesamos o que é bom e mau, as vantagens e desvantagens e funciona como um género de um tribunal porque quando não fazemos as coisas bem julgamo-nos e, muitas vezes, ficamos, como se costuma dizer, com a consciência pesada.




  
  Como vivemos em sociedade adquirimos valores. Os valores, que já foram referidos anteriormente, são muito importantes porque interferem com o modo de pensar e agir de cada pessoa. Eles são bipolares ou seja, têm um lado negativo e um positivo (por exemplo: desleal / leal, honesto/desonesto) Cada sujeito hierarquiza os seus valores, no entanto, numa sociedade os valores são parecidos porque senão fosse assim, não haveria uma sociedade. Assim, o Homem não tem liberdade para fazer tudo o que quer, porque apenas realiza aquilo que o seu superego (consciência moral da mente humana e representa os valores ideiais da sociedade) permite. Por outras palavras o Homem só é capaz de fazer aquilo que é socialmente aceite e aquilo que está de acordo com os valores da sua própria personalidade (ID), por outras palavras, o Homem age segundo o seu ego (o ego resulta do conflito entre o superego e o ID). Posto isto, o Homem não pode ser livre, porque se o fosse só haveria lugar para um ser humano na Terra mas, vivemos numa comunidade onde as nossas decisões interferem com os outros. 


“A minha liberdade acaba onde começa a dos outros”.




   No nosso cotidiano vivemos restringidos por muita coisa, nomeadamente, por leis, costumes, valores e tradições. Somos conduzidos a comportarmo-nos seguindo um padrão. E provavelmente se não seguirmos minimamente esse padrão poderemos ser presos, constantemente mal tratados, julgados pelos outros e alvo de discriminação. O próprio homem inventou estas leis pelas quais temos de nos seguir e para além disso inventou modos de penalizar quem não obedece a tais ideais.


   Há também outros pontos que são obstáculos à liberdade humana. Existem coisas, muitas coisas que não dependem de nós e que não conseguimos controlar. Não podemos ter a juventude eterna, não podemos controlar a morte, não podemos controlar certas doenças, etc. Estes são apenas exemplos de imensas áreas onde não conseguimos interferir. Embora o Homem viva com isso não deixa de afirmar que é livre, algo que, se refletir, pode concluir que não é livre de maneira nenhuma. Talvez seja por isso que certas pessoas, pelo contrário, acreditam que na vida o Homem tem de se sacrificar e só assim conseguirá atingir a liberdade após a morte.




   O homem é racional e pondera demasiado as coisas, e por isso acabamos por ser, talvez, menos livre que os animais que são seres irracionais mas seguem os seus instintos e o seu ID.


   Concluo então que o Homem tem uma liberdade limitada. E que o conceito de liberdade nunca poderá existir num sentido absoluto. Vivemos então numa ilusão de sermos livres.



João R. Abreu 12B

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