Todo o religioso é hipócrita, dirigindo-me diretamente aos
cristãos por serem, praticamente, os únicos religiosos na minha sociedade e por
ser com estes que mais tenho contacto diariamente.
A hipocrisia começa nos seus julgamentos a todos aqueles que não praticam
a sua religião; visto que estes, em preces, prometem amar o próximo como a si
mesmos, mas identificam-se como superiores face aos seguidores das restantes
crenças religiosas. Atacam todos aqueles que não seguem os seus ideais,
segurando a bíblia na mão para servir de argumento principal para todas as
acusações feitas e escondendo-se atrás da mesma bíblia para evitarem as
críticas justificando os seus feitos como sendo a vontade de Deus. Criticam
tudo o que os rodeia, e ignoram tudo o que se passa dentro do seu próprio
“reino”.
Muitos dos clérigos (sujeito
que faz parte da classe eclesiástica) nos E.U.A. confundem o sentido da
palavra “próximo”, na frase que marca o modo de vida do cristianismo (“ame o
próximo como a si mesmo”), como tendo o sinónimo “criança”, visto que 2 a 3%
destes possuem contra si queixas de abusos sexuais sobre menores. Que espécie
de amor é este que leva a criação de traumas severos em crianças que deveriam,
ao estar sob a guarda destes, ser protegidas pelos mesmos que as ameaçam física
e psicologicamente? É um “amor” que resulta no sofrimento e no atrofiamento das
capacidades sociais dos indivíduos afetados. Crianças abusadas que perdem toda
a sua infância a partir do momento aterrador de que foram alvo, e que até podem
nunca vir a ter uma vida adulta, e mesmo que a consigam de alguma forma ter,
esta será sempre afetada pelo passado que sempre deixará sequelas no indivíduo.
A igreja Católica sempre fez questão
de interferir e marcar as vidas de todos os indivíduos. Até 1911, o Estado e a
Igreja eram cúmplices na tomada de decisões legislativas e no que dizia
respeito à educação. Por isso mesmo, sendo o catolicismo a religião do Estado,
todos os praticantes dos restantes cultos religiosos eram prejudicados pois eram-lhes
negadas a educação e a liberdade religiosa. Até 25 de Abril de 1974, em todos
os edifícios escolares era obrigatório a presença de símbolos cristãos bem como
orar no início de cada aula, restringindo assim a liberdade na escolha e prática
de outras religiões. Ainda mais marcantes eram os maus tratos que os alunos
sofriam como forma de punição dos crimes de falta de respeito (pelo que os
professores tinham a sua figura como superior aos demais, e por isso mesmo,
merecedora de mais respeito) e insuficiência de qualidade nas respostas dadas.
Desta forma, negam outros valores da Religião Cristã: a tolerância, amor e
fraternidade por todos.
Será a
religião um aspeto cultural fundamental de cada indivíduo?
A religiosidade apenas possui um aspeto que, a meu ver, pode ser considerado,
de certa forma, positivo. O tal é a missão de guiar as ações do Homem, desempenhando
uma função de uma segunda consciência que leva os praticantes a agir de forma
acertada. Contudo, agem por medo às consequências que podem sofrer se não o
fizerem, como: a rejeição por parte dos restantes praticantes, a descomunhão, e
até mesmo a privação de uma vida eterna no pós vida em que acreditam. Em suma,
tem a mesma função do Pai Natal na vida das crianças. Fazem os humanos agirem
de forma acertada sob pena de perderam os seus presentes e regalias.
É responsável pelo atraso científico,
pela opressão sofrida por muitas pessoas, por guerras intermináveis, etc. Desde
o século XII, com a criação da Santa Inquisição, que o cristianismo é responsável
pelos retrocessos científicos. Agia como polícia e sentenciadora para todos
aqueles que pensassem mais além da sua época, para todos os que se tentavam aproximar
do conhecimento. É ainda hoje considerado um aspeto que não deixa o Homem
evoluir. Condena todos os atos que vão contra as suas filosofias restringindo o
Homem quanto: à sua sexualidade; ao livre arbítrio na tomada de decisões que interferirão
em mais vidas para além das suas (como abortar, usar métodos contracetivos, etc);
ensina o ódio e o sentimento de superioridade em relação às restantes
religiões; entre outros.
Concluindo, a religião é uma
pedra no sapato na evolução do Homem, sendo responsável pelo medo daquilo que é
novo, criando assim sociedades com mentes fechadas que expulsam dela todos os
que são diferentes e não se regem pelas mesmas regras. Criam monstros e guerras
numa tentativa de homogeneizar o mundo tornando-o planeta de hipocrisia e
estagnado.
João R. Abreu 12ºB
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