sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CONFORMISMO e INCONFORMISMO: Seguir com os outros ou seguir sozinho?


Entende-se por conformismo a mudança de comportamento de um indivíduo de forma a imitar as opiniões, as expectativas ou os comportamentos de outros.
Décadas de estudos mostram que o conformismo é fortemente dominante e a tendência para imitar, às vezes, é tão rápida e sem consciência que é quase automática.
Um dos motivos para o conformismo estar em todo o lado é que este, na maior parte da vezes, é adaptativo: normalmente, seguir os outros conduz-nos a escolhas melhores e mais acertadas, especialmente quando o que enfrentamos é incerto, quando a questão, a tarefa é ambígua e o indivíduo não conhece ou não domina o assunto. Outro motivo, é o facto de que seguir os outros, imitando-os tende a que as pessoas recebam e gostem do indivíduo em causa, satisfazendo a necessidade que este tem de ser aceite, facilitando o objetivo de ligação. Este tipo de conformismo é especialmente forte pois as pessoas que se desviam do grupo estão mais propensas a serem castigadas, ridicularizadas e até mesmo a serem rejeitadas pelos membros do grupo. É mais fácil seguir o grupo do que ir contra ele e enfrentar as consequências.
Para além destes factores existem outros, tais como: a unanimidade do grupo, o conformismo é maior nos grupos em que há unanimidade; a natureza da resposta, o conformismo é maior quando a resposta é dada publicamente; a importância do grupo, o conformismo é tanto maior quanto mais atrativo for o grupo; e a auto-estima, o conformismo é maior nas pessoas com baixa auto-estima.
Contudo, tal como o conformismo pode oferecer inúmeros benefícios a um indivíduo, também o inconformismo pode oferecer vantagens.
Entende-se por inconformismo o desvio de um indivíduo das expectativas ou padrões do grupo. Este serve para serve para a diferenciação das pessoas, o que pode satisfazer a necessidade de individualismo ou autenticidade. Contudo, as pessoas com atitudes inconformistas,  normalmente, são criticadas e reprimidas. Apesar disso, são estas atitudes que geram a inovação, que originam uma mudança social, normalmente, quando há conflito, ou seja, quando alguns dos membros do grupo discordam da opinião da maioria apresentando alternativas, para isto acontecer os inconformistas têm de apresentar respostas, comportamentos coerentes, consistentes, firmes, convictos, as suas posições devem ser apresentadas de forma clara e sustentada, só assim conseguirão influenciar a maioria.
Dado que tanto o inconformismo como o conformismo podem ser benéficos, a pergunta que se impõe é: quais são as situações que levam à conformidade e quais são as que levam ao uso da inconformidade? Bem, a resposta depende da finalidade que cada pessoa procura. Há duas grandes finalidades: a autoproteção e a procura e atração de um parceiro.
Relativamente à autoproteção, pesquisas sugerem que é mais provável que as pessoas alinhem com o grupo tanto por motivos de filiação como para evitar que as atenções estejam viradas para si. A sobrevivência é necessária mas não é suficiente para a sucessão evolucionária. O conhecimento e comportamento das pessoas é extremamente afetado pelos estados motivacionais especialmente ligados à reprodução. É mais provável que o motivo de atração de um parceiro produza inconformismo para homens (as mulheres procuram a vontade de correr riscos, a assertividade, a independência, e características gerais de liderança), enquanto que para mulheres produz conformismo (os homens procuram a capacidade de concordar e a habilidade de facilitar a coesão do grupo).
Pode-se, portanto concluir que o conformismo e o inconformismo são, normalmente, usados ou para que o indivíduo se encaixe ou para que se destaque, respetivamente.                                                                                                                                
                        
"Sempre que te encontrares do lado da maioria, é altura de parares e refletires" - Mark Twain


Elisabete Marinho nº12

Sem comentários:

Enviar um comentário