Desde as origens
dos Hominídeos até aos dias modernos, ou seja, durante toda a evolução que o
Homem sofreu, a interação com outros animais sempre esteve presente no seu
quotidiano, não só apenas com fins de sobrevivência (alimentação), mas também
para fins de companhia. O Homem tem a necessidade de interagir, de comunicar
com outros seres, e este nem sempre escolhe seres da sua espécie para esse fim,
procura também seres de outras espécies como cães, gatos, aves, etc. Mas será
que esses animais tentam responder às suas tentativas de comunicação?
Como toda a
gente sabe e o ditado assim o confirma, “o melhor amigo do Homem é o cão” e por
isso mesmo, o Homem tenta comunicar com este a todo o custo. E por vezes este
não fica calado e resolve responder. Assim será? Veremos estes dois momentos
interpretados por Mishka, um Husky da Sibéria acolhido por uma família dos EUA.
(Visualizem os seguintes vídeos: http://www.youtube.com/watch?v=qXo3NFqkaRM-/-http://www.youtube.com/watch?v=xqQzHsnGaP4)
Os seus
donos repetem consecutivamente as palavras “I love you” (= “Eu amo-te”), até
que o cão, impressionantemente, repete com algumas dificuldades as mesmas
palavras citadas pelos seus donos. Será que este estava mesmo a expressar os
seus sentimentos pelos seus donos? Obviamente que não, pelo menos não desta
forma. Mishka limita-se a repetir os sons emitidos pelos seus donos, ou seja, o
cão não faz nada mais, nada menos, do que uma simples imitação, contudo, não
deixa de ser impressionante para esta espécie.
No outro
lado do globo, na Rússia, surge outro animal que também tenta comunicar. Desta
vez, é o melhor amigo da Mulher Descomprometida e de idade avançada, o gato.
Este é conhecido como “The No-no-no Cat” (=”O Gato Não-não-não”). Ficou
mundialmente famoso nas redes sociais devido aos seus momentos peculiares.
(Visualizem o seguinte vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=oKI-tD0L18A )
Este caso é, seguramente, bastante
mais assustador do que impressionante. O gato repete sucessivamente o mesmo
som, que se assemelha à repetição da palavra “No” (=”Não”). Aqui, o animal não
está a imitar nenhum comportamento humano, apenas se manifestou desta forma.
Todavia, o Homem procura sempre alcançar os seus objetivos, e sendo o seu
objetivo conseguir com que o seu animal de estimação entre em contacto consigo,
o Homem vai fazer de tudo para o conseguir. O gato não refere quaisquer
palavras, apenas sons aleatórios, e devido ao seu objetivo, o ser Humano
associa-os a termos do seu vocabulário. Nada disto passa de uma tentativa
desesperada, por parte do ser Humano, de obter respostas às suas tentativas de
comunicação com outras espécies.
O caso seguinte é bastante
diferente. O seu nome é Einstein e é um papagaio Africano de cauda vermelha.
(Visualizem o seguinte vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=nbrTOcUnjNY)
Podemos,
claramente, afirmar que não existe uma imitação direta entre o que o
interveniente cita e entre o que o animal responde. Einstein consegue associar
uma resposta a cada pergunta feita pela sua treinadora, sendo que as suas
respostas surgem tanto na forma verbal como gestual. Como é lógico, estas
respostas foram previamente ensinadas ao animal, através da repetição das
mesmas, e mais tarde, treinadas para que este as associasse às respetivas
perguntas. Apesar de toda a preparação por detrás destes momentos, é, de facto,
notável a capacidade de memória e de associação deste animal. Podemos
considerar isto uma forma de comunicação entre Einstein e a sua treinadora? Na
minha opinião, podemos. É claro que o animal apenas faz aquilo para o qual foi
treinado. Mas, também nós não fomos, de certa forma, “treinados” para
interagir? Não nos foi instruída a forma mais acertada de como agir em cada
tipo de situação? Qual era a resposta ideal para cada pergunta? Foi sim! E
mesmo assim consideramos interação quando isso acontece entre seres humanos,
porque não o haveríamos de considerar entre dois seres de espécies diferentes?
Apesar de todos estes momentos aqui apresentados, é ainda questionável a ideia “será que os animais contactam connosco?”.
O próximo
caso é protagonizado por um dos nossos longínquos antepassados, os Bonobos. Panbanisha,
este é o seu nome.
Os bonobos são sem dúvida animais selvagens de grande inteligência, comprovado por este e outros estudos. São considerados os nossos relativos mais próximos, e são também os animais cuja inteligência é a mais parecida com a do ser humano.
Panbanisha possui uma tremenda capacidade de interpretação, podendo ser comprovada pelo momento do vídeo em que a sua treinadora a lhe diz “Would you give a bite of your HotDog to the doggy, please?” (= ”Podes dar uma dentada do teu cachorro quente ao cachorro, por favor?”). Aqui, Panbanisha percebe que a sua treinadora lhe está a pedir para que dê um pouco da sua comida ao cão, no entanto, não é apenas o gesto que impressiona a comunidade científica, mas também a sua capacidade de interpretar frases que possuem termos ambíguos. Como a treinadora explica no vídeo, a palavra “cachorro” é usada em situações em que o seu sentido não é o mesmo. É usada no termo “cachorro quente”, que refere um alimento; e no termo “cachorro”, que se refere ao cão. Mais além, a palavra “quente” poderia também provocar alguma confusão no animal, visto que esta se poderia referir a várias situações: ao cão que, por sua vez, poderia estar quente; à sua comida estar quente, o “cachorro quente”; ou ao facto de, mesmo estando fria, a sua comida se chamar “cachorro quente”. Podemos também prolongar esta discussão atendendo ao facto de o primata ter dado ao cão a porção equivalente a uma das suas “dentadas”, que foi a porção pedida pela treinadora.
Apesar de não comunicar
verbalmente, Panbanisha entende o que lhe é comunicado, quer através de
palavras ou até mesmo imagens/símbolos, e responde através de gestos e acções.
Concluindo,
nem todas as nossas tentativas, por vezes desesperadas, de entrar em contacto
com outras espécies são em vão. Existem animais que, de certa forma, nos respondem,
como é o caso de Einstein, e outros que nos entendem e comprovam o quão
parecidos somos, como é o caso de Panbanisha.
Por: João R. Abreu 12ªB
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