quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Será que os Animais tentam comunicar connosco?





         Desde as origens dos Hominídeos até aos dias modernos, ou seja, durante toda a evolução que o Homem sofreu, a interação com outros animais sempre esteve presente no seu quotidiano, não só apenas com fins de sobrevivência (alimentação), mas também para fins de companhia. O Homem tem a necessidade de interagir, de comunicar com outros seres, e este nem sempre escolhe seres da sua espécie para esse fim, procura também seres de outras espécies como cães, gatos, aves, etc. Mas será que esses animais tentam responder às suas tentativas de comunicação?





 Como toda a gente sabe e o ditado assim o confirma, “o melhor amigo do Homem é o cão” e por isso mesmo, o Homem tenta comunicar com este a todo o custo. E por vezes este não fica calado e resolve responder. Assim será? Veremos estes dois momentos interpretados por Mishka, um Husky da Sibéria acolhido por uma família dos EUA.





Os seus donos repetem consecutivamente as palavras “I love you” (= “Eu amo-te”), até que o cão, impressionantemente, repete com algumas dificuldades as mesmas palavras citadas pelos seus donos. Será que este estava mesmo a expressar os seus sentimentos pelos seus donos? Obviamente que não, pelo menos não desta forma. Mishka limita-se a repetir os sons emitidos pelos seus donos, ou seja, o cão não faz nada mais, nada menos, do que uma simples imitação, contudo, não deixa de ser impressionante para esta espécie.






No outro lado do globo, na Rússia, surge outro animal que também tenta comunicar. Desta vez, é o melhor amigo da Mulher Descomprometida e de idade avançada, o gato. Este é conhecido como “The No-no-no Cat” (=”O Gato Não-não-não”). Ficou mundialmente famoso nas redes sociais devido aos seus momentos peculiares.





(Visualizem o seguinte vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=oKI-tD0L18A )



Este caso é, seguramente, bastante mais assustador do que impressionante. O gato repete sucessivamente o mesmo som, que se assemelha à repetição da palavra “No” (=”Não”). Aqui, o animal não está a imitar nenhum comportamento humano, apenas se manifestou desta forma. Todavia, o Homem procura sempre alcançar os seus objetivos, e sendo o seu objetivo conseguir com que o seu animal de estimação entre em contacto consigo, o Homem vai fazer de tudo para o conseguir. O gato não refere quaisquer palavras, apenas sons aleatórios, e devido ao seu objetivo, o ser Humano associa-os a termos do seu vocabulário. Nada disto passa de uma tentativa desesperada, por parte do ser Humano, de obter respostas às suas tentativas de comunicação com outras espécies.



O caso seguinte é bastante diferente. O seu nome é Einstein e é um papagaio Africano de cauda vermelha.







(Visualizem o seguinte vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=nbrTOcUnjNY)


Podemos, claramente, afirmar que não existe uma imitação direta entre o que o interveniente cita e entre o que o animal responde. Einstein consegue associar uma resposta a cada pergunta feita pela sua treinadora, sendo que as suas respostas surgem tanto na forma verbal como gestual. Como é lógico, estas respostas foram previamente ensinadas ao animal, através da repetição das mesmas, e mais tarde, treinadas para que este as associasse às respetivas perguntas. Apesar de toda a preparação por detrás destes momentos, é, de facto, notável a capacidade de memória e de associação deste animal. Podemos considerar isto uma forma de comunicação entre Einstein e a sua treinadora? Na minha opinião, podemos. É claro que o animal apenas faz aquilo para o qual foi treinado. Mas, também nós não fomos, de certa forma, “treinados” para interagir? Não nos foi instruída a forma mais acertada de como agir em cada tipo de situação? Qual era a resposta ideal para cada pergunta? Foi sim! E mesmo assim consideramos interação quando isso acontece entre seres humanos, porque não o haveríamos de considerar entre dois seres de espécies diferentes?

Apesar de todos estes momentos aqui apresentados, é ainda questionável a ideia  “será que os animais contactam connosco?”.




O próximo caso é protagonizado por um dos nossos longínquos antepassados, os Bonobos. Panbanisha, este é o seu nome.




 (Visualizem o seguinte vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=d3FLor3-jLg)



     Os bonobos são sem dúvida animais selvagens de grande inteligência, comprovado por este e outros estudos. São considerados os nossos relativos mais próximos, e são também os animais cuja inteligência é a mais parecida com a do ser humano.
      Panbanisha possui uma tremenda capacidade de interpretação, podendo ser comprovada pelo momento do vídeo em que a sua treinadora a lhe diz “Would you give a bite of your HotDog to the doggy, please?” (= ”Podes dar uma dentada do teu cachorro quente ao cachorro, por favor?”). Aqui, Panbanisha percebe que a sua treinadora lhe está a pedir para que dê um pouco da sua comida ao cão, no entanto, não é apenas o gesto que impressiona a comunidade científica, mas também a sua capacidade de interpretar frases que possuem termos ambíguos. Como a treinadora explica no vídeo, a palavra “cachorro” é usada em situações em que o seu sentido não é o mesmo. É usada no termo “cachorro quente”, que refere um alimento; e no termo “cachorro”, que se refere ao cão. Mais além, a palavra “quente” poderia também provocar alguma confusão no animal, visto que esta se poderia referir a várias situações: ao cão que, por sua vez, poderia estar quente; à sua comida estar quente, o “cachorro quente”; ou ao facto de, mesmo estando fria, a sua comida se chamar “cachorro quente”. Podemos também prolongar esta discussão atendendo ao facto de o primata ter dado ao cão a porção equivalente a uma das suas “dentadas”, que foi a porção pedida pela treinadora.

          Apesar de não comunicar verbalmente, Panbanisha entende o que lhe é comunicado, quer através de palavras ou até mesmo imagens/símbolos, e responde através de gestos e acções. 








Concluindo, nem todas as nossas tentativas, por vezes desesperadas, de entrar em contacto com outras espécies são em vão. Existem animais que, de certa forma, nos respondem, como é o caso de Einstein, e outros que nos entendem e comprovam o quão parecidos somos, como é o caso de Panbanisha. 


Por: João R. Abreu 12ªB

Sem comentários:

Enviar um comentário