terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

   O que nos conduz razão ou emoção?                                          
   Há razoes que a própria razão desconhece- Blaise Pascal



     O grande filósofo britânico David Hume dizia que a razão é serva das paixões. Isto levou o filósofo americano Robert Sokolowski a criar uma frase: "Desejos provêm os fins, pensamentos provêm os meios".
     A verdade é que a racionalidade pode não ter o mínimo de valor quando as emoções falam mais alto.

     É inegável que usamos nossa razão para melhorar e acomodar o mundo à nossa volta e para satisfazer nossas "paixões". Hume dizia que precisamos de paixões para motivar nossas ações. Uma grande parte da evolução humana deve-se a gigantesca necessidade de satisfazer as nossas necessidades emocionais, além das necessidades básicas e de sobrevivência, a diversão, conforto, facilidades de convívio, etc. Um grande exemplo disso são as redes sociais, aparelhos de comunicação podem ser vistos como um recurso feito para aproximar as pessoas, criado pela razão, é claro, para que possam ser trocadas informações apesar da distância, ou espaço de tempo e satisfazer assim as necessidades emocionais.

     Por vezes, é possível que a razão consiga mudar um pouco do que desejamos, influenciar a emoção, os sentimentos.
     
     A vida em sociedade deve-se ao controlo e à restrição de alguns impulsos emocionais, devido a uma troca racional deles por outras formas de satisfação. As emoções ajudam-nos a tomar decisões.        Quando temos de tomar uma decisão, as nossas emoções são uma fonte valiosa de informação e ajudam-nos a decidir. Estas não são o resultado só da razão, mas da junção de ambas. 

     Todo o ser humano possui a habilidade de efetuar reflexão crítica o que é essencial no mundo de hoje, tal como a liberdade de expressão que é um dos mais importantes direitos individuais de que dispomos e que exige de nós uma preparação para lidar com noções estranhas, incoerentes e criticáveis. E para isso é indispensável possuir uma educada forma de questionamento e investigação crítica.
     A batalha entre razão e emoção costuma acontecer quando se tenta mostrar que uma é mais importante do que a outra. Há quem proponha que o ideal humano deveria utilizar a racionalidade e a lógica, e que esse deveria ser o objetivo da educação formal. Outros propõe que nossa essência é mesmo emocional, e que é esse o aspeto que deve dominar. Essas discussões acabam por sugerir-nos que existe uma eterna relação de competição entre razão e emoção, como se fossem aspetos irreconciliáveis do ser humano. Para um bom “funcionamento” social e ate mesmo pessoal, ambas deveriam andar em parceria e sem dominância uma perante a outra.

     Quando deixamos que a emoção domine a razão, o c nosso comportamento passa a ser orientado na direção das conveniências emocionais momentâneas. Como atitudes e alternativas de benefício imediato para nós, mesmo que possam significar péssimas opções no futuro.

     Por outro lado, quando deixamos que a parte racional domine a emocional, ou seja quando racionalizamos, usamos "desculpas racionais" para fugir ou evitar a solução de certos problemas com grande significado emocional, ou seja, "usamos" o racional para evitar situações inconvenientes.
     
     Se a razão e a emoção fossem parceiras, as atitudes deveriam ser selecionadas não apenas por sua significação imediata, mas também levando em conta sua eficácia global, mesmo que essas atitudes sejam, no curto prazo, desagradáveis, mas futuramente mais vantajosas.

     O equilíbrio entre a emoção e a razão não é fácil de atingir. Por vezes saber gerir sentimentos torna-se tarefa difícil porem, indispensável. 
                              
                                                                                                                  Diana Faria nº 9 

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